domingo, 6 de junho de 2010

Martelo e facas de ponta.

Um grande amigo meu sempre me diz que as pessoas possuem uma rocha matriz dentro de si, algo que me soa sobre a índole, como um DNA, que seriam algumas características naturais, inerentes, impossíveis ou muito difíceis de mudar. O que levaria a pessoa a ter por muitas vezes as mesmas atitudes, reações, resumindo: um temperamento.
Fica realmente difícil discordar de uma afirmativa como esta, com tanto exemplos, até sobre mim, soaria bem hipócrita da minha parte se eu negasse essa ideia. Contudo, algo me diz que como toda regra tem sua exceção ( e também por uma questão de prazer pessoal), eu prefiro acreditar que algumas vezes conseguimos ao menos controlar nossos "vícios de comportamento".
Seriamos por demais previsíveis, apesar de ver que existe pessoa no meu convívio íntimo que infelizmente em muitas vezes são repetitivas, seria injusto dizer que as mesmas nunca me surpreenderam com uma atitude diferente da qual eu esperava. Revejo que também se conhecesse alguém que mudasse sempre, seria um pouco desagradável, talvez simples com alguém muito temperamental, ou até uma inconstância considerável doença - Transtorno bipolar, e suas aqui novas variações: tetra, octapolar...
Enfim, andei percebendo algumas mudanças minhas, entre outras coisas que eu desejo muito fazer diferente. É complicado você conseguir trocas algo que é intimamente relacionado aos seus hábitos, digo, mudar quem você está acostumado a ser. Por exemplo, tem gente que consegue estudar com uma disciplina invejável por mim e, infelizmente, sou muito lenta e preguiçosa às vezes, assumo, sou muito inconstante nos estudos: as vezes eu estudo demais, rendendo o maximo, em outros momentos não consigo nem ler um parágrafo do livro. Gostaria de conseguir manter uma rotina, mas isso é difícil pra mim.
Entrando em outro campo não tão distante, a personalidade e os sentimentos que nos pertence - de acordo com a teoria, os sentimentos também são algo que podemos considerar "próprios", não exclusivos. Se uma pessoa é "triste", pode-se concluir que ela continuamente revive a sensação da tristeza, e provavelmente alimenta isso. Já li uma vez que a tristeza é um vicio, mas não vou me prender a esse caso. O interessante é que conseguimos sentir nos outros o humor deles, seja pela expressão facial, postura corporal, tipo de roupa que está usando, entre outras características não necessariamente juntas, contudo é possível perceber e concluir algo apenas observando. Cada indivíduo tem a sua "vibração" - para os mais espirituosos - ou aparência, da qual mensagem é passada em um contexto. Não me refiro aqui a preconceitos ou um olhar depreciativo a ninguém, entendam apenas como um estudo.
Mudar é questão de interesse, com consciência do ato. Se alguém acredita que está certo, mesmo que ela perca determinadas coisas, talvez consideradas valiosas para outros, suas convicções sustentam sua decisão. Ninguém pode obrigar alguém a pensar diferente, é um conflito de ideologias. Apresentar argumentos, mostrar as consequências, tudo que não for agressivo é aceitável, mas se mesmo assim não surtir efeito, paciência. Cada um faz o que acredita ser melhor pra si, não existe uma verdade universal que indique o caminho que todos devem seguir, a complexidade de cada humano é totalmente valida quando se trata de escolhas.
De qualquer forma, eu sou a favor das mutações, afinal, viver e evoluir estão ligados pela simples existência, é natural com crescer, mas não tão obvio e incontrolável quanto a gravidade. Imagino que seja como a reciclagem: você limpa, corta as partes ruim, pinta de outra cor e da uma nova função. Não é tão objetivo quanto poderia ser, realmente é difícil por muitas vezes reiventar- se. Agora apenas afirmando a teoria da matriz, se for da índole da pessoa manter-se estagnada, uma indisposição para projetar, crer e ter esperança, ou se for questão apenas de querer encontrar alguma motivação-extracorporea-magnifica impossivel na esfera presente, bem estamos andando em círculos. Creio que o processo é dinâmico, ninguém realmente para, mesmo que demore; há suas exceções, claro, contudo não é a grande maioria.
Gostaria de alcançar sempre as potencias, apesar de às vezes ser preguiçosa, tão humana, mesmo querendo muito, terá sempre um pateta pra dizer: “Então não quer o suficiente”. Mais do que isso, acredito que seja questão de determinação e um incentivo que buscamos e não conseguimos na maioria das vezes extrairmos do exterior. Como dito nas ultimas linhas do parágrafo anterior, é bom não ficar inventando barreiras para o simples sucesso, claro que depende do caso, mas genericamente falando, devemos ficar estimulando sempre nossa mente para não perder o objetivo e, não ficar procurando indefinidamente por uma razão além pra própria: viver, ser feliz, crescer, aprender, amadurecer, ficar rico, conquistar... A melhor forma é avaliando as recompensas.
O trabalho precisa ser proporcional ao resultado, normalmente é, a não ser para quem gosta de se desgastar por pouco, ou não reconhece o próprio mérito no simples esforço - "sofreu mas aprendeu"; lado humano e religioso para não dizer que nada é em vão. Não vou dar a minha opinião.
Pois bem, quem prefere passar o sábado estudando, e acha isso o maximo, vá tomar café amargo de conta-gotas - desculpa, eu só estou sendo exagerada, gosto de estudar, para depois poder humilhar os desprovidos de conhecimento. Brincadeira. Eu estudo porque eu sei que vou ganhar dinheiro dessa forma, embora haja outras que não me interessam. É obvio que a escolha profissional envolve minha realização pessoal, meus desejos e suas expressões, isso não nega o fato que eu quero ganhar bem pelo que eu for fazer. Quem for o pateta Nº2 que vier me criticar e dizer não pensa em ganhar dinheiro, não ferra a paciência, a menos que você queira viver com as plantas e se alimentar por fotossíntese (o problema é seu). Respeito e ainda acho isso super moderno; parabéns, você não polui (tanto) o planeta, eco-humano-ideal-que-eu-falhamente-já-tentei-ser.
Tudo é uma escolha ( frase do ano). Mesmo quando você não quer, ou acha que não tem opção, está equivocado, porque sempre há uma escolha: Ou você vive em determinada "imposição" ou você pode morrer, se quiser, basta escolher. Não é tão drástico quanto parece, na verdade boa parte escolhe viver. É fundamental se lembrar que a vida é continua, mesmo que muitas coisas sejam para sempre (como a própria morte), o sentimento não é. Tudo que classificamos como bom ou ruim vale de como nos sentimos em relação a. Por tudo isso, em condições quaisquer, não importa como ou quando, basta uma razão para reinventar-se, sempre. Somos escultores de nós mesmo, tratando daquele mármore bruto. Um trabalho lendo e cansativo, de meticulosa perfeição singular, em prol de uma obra prima.
O dia em que humanos virarem anjos, vagaroso como água desbastando pedra.

Um comentário:

  1. só uma coisa a dizer: AMIGANNNNN, vc arrebenta, o texto ficou ÓTIMO, ameii *--* :DD

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