domingo, 27 de dezembro de 2009

(in)suficiente.

- Se eu dissesse que te amo, isso bastaria?
- Sim
- Então, é só isso?
- Não
- O que mais?
- Me prove que é verdade.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Despedida


Deixo por meio desta, minha despedida. Sem delongas, vou partir daqui, daí, de todo o lugar que no pequeno espaço de tempo da sua vida em que pude estar.Isso é um Adeus para tudo que não quer continuar seguindo, para uma parte que vai se compactar no passado.Sinto muito, mas era mesmo hora de deixar. Era hora de permitir a vida fluir, como a água mesmo, só não ralo a baixo, mas quem sabe que mude de estado, e se tornar leve e sutil como o vapor.
Tanto pra mim, quanto pra ti, sobrou o futuro; você que tanto o desejou, talvez tanto quanto eu o aspiro. Aquele que almejamos como Deus no nosso destino que, no fundo, são muitas vezes escape da nossa rotina, do nosso medo; o medo de ficar aqui para sempre, como se naturalmente o mundo já não fizesse o trabalho de girar, e o tempo de passar. Corrido. Inflexível. Pontual. – O que acredito de verdade é que o tempo é pura ilusão. O desconhecido que brinco de inventar mesmo com medo de exagerar, aquele que fingia não gostar de pensar, só por não querer perceber, que com ele, a sua imagem não vinha aparecer. Não era difícil aceitar que as coisas iriam mudar, o complicado era ver que as coisas já estavam mudando, e quantas já haviam mudado, de uma forma sem volta, sem jeito. Inexorável.
O destino já havia sido escolhido, e tua reta, ou melhor, tuas curvas já eram delineadas, se envergando cada vez mais para longe de mim e, eu que muitas vezes não estava em estrada alguma, sem trilhas ou pistas quaisquer para me guiar, descobri uma forma de me rumar do nada onde eu estava, ao ermo, comecei a construir, eu mesma, a estrada que me levaria para fora dali. Pouco importava aonde iria chegar, assim eu segui, e cheguei aqui. Em um breve momento te reencontrei, passageiramente nos esbarramos, no encaramos, desviamos o olhar, e seguimos, cada uma em busca do que quer, e do que não sabe o que é está lá na frente.Ansiosas.
Por isso, resolvi partir, ou melhor, resolvi seguir – para onde? Para frente; para trás é impossível. Não levo muita bagagem para não me atrapalhar, apenas o suficiente, tudo que coube em uma pequena mala, que vou levá-la comigo, para onde quer que eu vá, serão meus mimos, uma diversão, ou companhia se por acaso eu sentir solidão [Um pouco de mim, outro pouco de você, uns fatos em fotos, não de certo em papel, mas me refiro as lembranças paralisadas e, mais um pouco de outras coisas que colhi naquele perdido em que estive uma vez].
Agora, estou aqui, ou lá, tanto faz, estou em uma constante de sempre estar no lugar devido, na hora; aprendi que o futuro não existe, nunca existiu, e nunca existirá. Futuro é outra ilusão, é progessão no espaço vazio das nossa fantasia, do nosso desejo de querer renunciar sempre o presente. O que existe mesmo, está aqui, e eu estou, mas só agora, daqui a pouco, sei lá, não importa.

*Corrijo meu "Adeus", para um "até logo".