terça-feira, 28 de julho de 2009

Alves.


Como uma criança que corre para longe da mãe, eu me distanciei de você. Eu cai, me machuquei, eu chorei. Não tive uma mão que me segurasse, uma palavra doce para me acalmar, ou um silencioso abraço para derramar meu pranto.E longe de toda essa proteção, eu tive que aprender a me levantar sozinha, a ignorar os olhares cruéis e sem perdão.A resistir firme ao julgamento dos homens.
Doeu, e como.Me arrisquei no mundo e vi o que ele é capaz.Coisa que ao seu lado eu nunca pude ver com toda redoma e atenção.Eu vivi, e viver é sofrer.Fui do pico a depressão em instantes e tudo que antes era tão estável não existia mais.Nos perdemos, e separadas seguimos no incerto das descobertas.Nos encontramos, eu com você,e nós com nós mesmas.
Agora, meu bem, crescemos, não somos mais as mesmas meninas de pijamas.O tempo nunca esteve tão curto, dividido entre pessoas e obrigações.E a vida não para de cobrar ou de testar.É tempo de mudança e amadurecimento, por isso cada vez mais nos agarramos ao que é certo e duradouro.Espinhas não são mais a morte e amores não são mais ilusões.Revolta não é mais solução para as coisas, e aceitar a realidade parou de ser um choque.Aprendemos que as pessoas são o que são e que não devemos tentar muda-las.O futuro nunca esteve tão próximo e tão difícil.A vida caiu em nossas mãos, a responsabilidade junto com a liberdade,os limites e horizontes são definidos por nós e o resultado e única e exclusivamente culpa nossa.
Não quero nunca que pense que eu não te dei valor,espero que não duvide do mais belo amor que já dediquei a alguém, e peço que seja paciente.Sei que é, sempre foi, e sempre será a pessoa mais compreensiva comigo, agradeço por isso.
É transbordante a alegria em pensar em você, a qualquer momento, em qualquer situação, é o muito que me completa, é uma razão, maior do que eu ou você, que chamem de outras vidas, coincidência é que eu não acredito. União, troca, reciprocidade. Afinidade impressionante, seu jeito, suas manias que sei todas, sua fala e suas palavras, como ri e como chora.A personalidade forte, mas que me deixa tão a vontade.É meticulosa e reservada, ríspida e agressiva, cheia de postura, calculista e inteligente,e eu te entendo,por sei que apesar de se mostrar sempre forte e instransponível, é intensa quando fala de amor seja ele em qualquer forma, e que mesmo sendo muito inflexível as vezes faz contorcionismos para se ajustar na vida.E o que mais me admira é o seu equilíbrio entre o racional e o emocional.Talvez “cativante” não seja sua primeira qualidade, mas quem se importa quando a principal é “confiança”.Como me encanta de tanta beleza. Em você nada é defeito, nada é problema.É apenas você, é singelo, único.
De você eu não quero nada, e não espero nada, talvez porque também nunca me deixe esperando.Você está sempre aqui, excedendo as expectativas nas limitações de toda sua humanidade, e aqui você é livre.Não é minha posse, é somente (totalmente) minha amiga e amiga de quem mais quiser.Onde quer que esteja, se estiver feliz eu também estarei.Garantir seu bem e respeitar seu espaço é minha função.
Evitarei ao maximo te magoar, mas vou sempre mostrar as verdades que precisam ser ditas.Nunca vai ver meu tom de voz se alterar na hora de te chamar atenção e apontar seu erro.Vou ser paciente.Vou brincar com você, fazer careta para te ver rir.Vou te dizer que nada está perdido, que a vida é bela; que sua realidade para ser mudada só depende de você,e que você pode ser sempre mais,muito mais.

O tempo e a distancia simplesmente não existem no infinito de nossas almas.Por mais que eu tente explicar a complexidade na simplicidade, e dizer que meu sorriso é o bastante para demonstrar o que sinto, nada nem ninguém entenderá, porque isso é intenso em mim, só em mim.Lembrando que uma vez você me disse que não é meia amiga, eu te respondo que não a amo pela metade também, e quando digo que te considero minha irmã, é porque eu quero que você esteja comigo a minha vida inteira.No meu coração, nas minhas lembranças, viva e incandescente.
Meu presente, meu tesouro.Serei aquela que estará sempre do seu lado,pode fechar os olhos e confiar que eu vou segurar a sua mão.Eu te amo, ou "arroz".Boba.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

formas


Senti mais uma vez coisas que não conseguia descrever. Passei dias tentando descobrir a origens dessa sensação, escrevi meios textos, rascunhei poemas, e nada.
Peguei uma folha de papel em braco e coloquei-a a minha frente. Encarei. Um risco foi o necessário para descobrir que o grafite formava não era uma letra e o que surgia na minha mente não era uma palavra e sim uma imagem, como uma foto, e nela tudo se fazia.Fechei meus olhos para ver cada detalhe. Já no papel as formas apareciam.
Entre traços fortes e borrões, cada vez mais eu sentia que o que eu fazia tinha sentido, que ali desabrochava meu sentimento.
No fim estava satisfeita porque eu sabia que havia representado integralmente tudo o que eu queria, sem falhas de expressão e ainda sim com livre interpretação.Eu busco o implícito dentro do explicito, e as formas como elas não são, ou são, friamente.O que é, e o que não é no ‘ser’ que nunca saberemos ao certo o que ‘é’ realmente.Eu vejo sensações em paisagens,eu sinto as cores e sentimento em cheiros,e no silencio o infinito de dizeres.
Pra mim assim são as imagens e é assim que eu gosto de vê-las.