quarta-feira, 7 de abril de 2010

visita


"Francisco...já não era tempo da gente se encontrar. É sempre bom te rever, conversar um pouco. Sabe Francisco, eu percebi que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não da a mínima e jamais conseguirei convencê-las que posso passar anos construindo uma verdade e destrui-la em apenas segundos... Senta aqui do meu lado e me olha. Sim, essa ainda sou eu, sempre será, e é exatamente essa constante de me transformar que trás a razão para eu continuar aqui, tentando.
Eu sinto medo as vezes, mas na maior parte do tempo sou confiante. Meu receio na verdade é uma duvida, preocupação: será que no fim da tudo certo? E se o fim for somente na morte...Gostaria de ser feliz antes; não que eu já não seja, você me entende. Tenho alguns objetivos, e sei como alcançá-los. Será que eu serei uma dia uma pessoa que olhará para trás e ficará orgulhosa do meu caminho? Não quero viver sofrendo para sentir-me assim, a alegria também é um ótimo motivo para contentar- me. Sei que um não implica a exclusão total do outro, as dores, sim, inevitáveis; sofrer? Não quero, vou buscar uma rápida (e eficiente) superação.
É, eu sei, a vida é assim mesmo, a gente se estrepa todo, pra no final dizer que valeu a pena, e chora pra depois sorrir, e fica feliz quando não há desgraça. Isso me parece, digamos, um pouco conformista, não acha? Nem quero parecer radical, afinal essa lógica faz sentido, quem disse que “a gente não veio a vida a passeio”, infelizmente ( ou não) não tava errado. Sei lá. Enquanto eu vou resmungando, a vida vai passando e eu vou vivendo...é, super fod...ótimo.
Não estou tão mal assim, entretanto há algo que me incomoda, acho que é ansiedade, sinto que estou me tornando uma adulta e tenho sede de saber o que está por vir. Espero não me decepcionar de novo, errar com a gente mesmo é o que mais dói, pois bem, por essa amargura eu já passei, e reviver-la seria no mínimo estúpido.
Acha que é bobeira minha? Francisco, eu sei que você me entende, vai ver no fundo eu só queria desabafar mesmo.

Será que poderia me abraçar de novo?
Agora você vai embora, vai me deixar sozinha outra vez...Você volta?
Ah...Esse seu sorriso que não me responde nada, pelo menos é colhedor.Obrigada por vir meu amigo, até logo
."

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